domingo, 30 de agosto de 2015

SENTEI E APENAS CHOREI.

 
E a esperança mais uma vez voltou a sorrir
Veio como as outras vezes nos últimos tempos.
Todo o ritual foi feito com a mesma ansiedade.
Mas a presença do medo tinha se tornando constante.
O esforço pra afastar as lembranças recentes
Lutava de maneira a não se deixar levar pela memória.
Era a vontade de voltar a viver um tempo de amor
Que era tão mágico e perfeito que fazia a vida valer a pena.
A água quente no corpo despertava o que estava sufocado
Adormecido mas não morto em tanta decepção de dor.
O perfume do banho misturava-se ao cheiro do desejo
Era a natureza da mulher conspirando para a hora esperada.
A lingerie deslisava no corpo seco como premissa do toque
Caricias que ainda eram esperadas e  sonhadas todas as noites.
Os arrepios só confirmavam mais  ainda que nada mudou
Que o tempo nada mais era que um detalhe sem valor.
A espera começou a ser um presságio que se repetia
Sendo afastada do pensamento insistia em se prolongar.
A ansiedade disparava no peito o coração que já viveu tanto isso
Razão e coração lutam para ganhar a batalha sem vencedor.
Mas ele não vem.
Mais uma vez a noite será de solidão e porquês.
De um frio que nenhum verão será capaz de aquecer.
E de muitas lágrimas que já saberão novamente onde rolar.
 
 
Virginia Lucia, 30/08/2015

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